sexta-feira, 30 de março de 2012

CASO PARA RESOLUÇÃO- DIREITO PENAL 4

João e Maria tiveram um caso e desse relacionamento resultou na gravidez de Maria. Após dar a luz e Maria já estando em casa com seu filho, João resolveu visitar os dois. Neste dia, Maria já havia registrado seu filho sem o nome de João (que dissera anteriormente que não iria registrar a criança). Com raiva João pegou a criança e sem a autorização de Maria "vendeu" a criança para um casal que desejava adotar. Esse casal para regularizar a situação resolveu procurar um cartório em uma cidade do interior e com duas testemunhas afirmou que a criança nasceu em uma fazenda, obtendo o registro dessa criança em seus nomes. com base nos dados responda:
a) por qual crime João irá responder?
b)por qual crime o casal irá responder?

terça-feira, 27 de março de 2012

CORREÇÃO DA PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL (DIREITO PENAL) DA OAB/2012- SEGUNDA FASE APLICADA NO DIA 25/03/2012



PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
No dia 10 de março de 2011, após ingerir um litro de vinho na sede de sua fazenda, José Alves pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade rural. Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José Alves foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um indivíduo foragido do presídio da localidade. Abordado pelos policiais, José Alves saiu de seu veículo trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os policiais lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Realizado o teste, foi constatado que José Alves tinha concentração de álcool de um miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no artigo 306 da Lei 9.503/1997, c/c artigo 2º, inciso II, do Decreto 6.488/2008, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares.
Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de José Alves ter permanecido encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família do preso, sob protestos de que não conseguiam vê-lo e de que o delegado não comunicara o fato ao juízo competente, tampouco à Defensoria Pública.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na qualidade de advogado de José Alves, redija a peça cabível, exclusiva de advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, questionando, em juízo, eventuais ilegalidades praticadas pela Autoridade Policial, alegando para tanto toda a matéria de direito pertinente ao caso.
(Valor: 5,0)
Resposta:
-o fato de José Alves estar embriagado e dirigir é crime, independentemente de dirigir em uma estrada absolutamente deserta, pois o crime previsto no artigo 306 da Lei nº 9503/97 (regulamentado pelo Decreto 6488/2008 que dispõe que o exame de alcoolemia realizado por aparelho de ar alveolar exige, pelo menos, a concentração de álcool igual ou superior a três décimos de miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões) é crime de perigo abstrato, ou seja, não necessita da demonstração de um perigo para a concretização do tipo penal;
- o erro foi em compelir, obrigar José Alves a realizar o teste de alcoolemia, já que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo;
-outra questão se refere à incomunicabilidade de José Alves. De acordo com a Constituição Federal, artigo 136, § 3º, IV é vedada a incomunicabilidade do preso. Por isso, o artigo 21 do Código de Processo Penal não foi recepcionado pela nova ordem constitucional brasileira, não podendo ser mais aplicado;
-dispõe, ainda, o artigo 306, § 1º do Código de Processo Penal que em até 24 horas após a lavratura do auto de prisão em flagrante a autoridade policial deverá enviar o auto de prisão em flagrante ao juiz e, se o preso não indicar o nome de seu advogado será enviada cópia integral à defensoria pública. Nem uma coisa nem outra foram feitas pelo delegado de polícia;
-assim, pelo fato das várias irregularidades apresentadas no caso a prisão em flagrante se torna ilegal, irregular, o que caracteriza o constrangimento ilegal sofrido por José Alves;
-de acordo com o artigo 5º, LXV da Constituição Federal,  o constrangimento ilegal sofrido por José Alves poderá ser sanado pelo ajuizamento de um pedido de relaxamento de prisão endereçado ao juiz de primeiro grau.


QUESTÃO 1
Ao chegar a um bar, Caio encontra Tício, um antigo desafeto que, certa vez, o havia ameaçado de morte. Após ingerir meio litro de uísque para tentar criar coragem de abordar Tício, Caio partiu em sua direção com a intenção de cumprimentá-lo. Ao aproximar-se de Tício, Caio observou que seu desafeto bruscamente pôs a mão por debaixo da camisa, momento em que achou que Tício estava prestes a sacar uma arma de fogo para vitimá-lo. Em razão disso, Caio imediatamente muniu-se de uma faca que estava sobre o balcão do bar e desferiu um golpe no abdome de Tício, o qual veio a falecer. Após análise do local por peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Civil, descobriu-se que Tício estava tentando apenas pegar o maço de cigarros que estava no cós de sua calça.
Considerando a situação acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a)     Levando-se em conta apenas os dados do enunciado, Caio praticou crime? Em caso positivo, qual? Em caso negativo, por que razão? (Valor: 0,65)
b)    Supondo que, nesse caso, Caio tivesse desferido 35 golpes na barriga de Tício, como deveria ser analisada a sua conduta sob a ótica do Direito Penal? (Valor: 0,6)
Respostas:
-Tício já havia ameaçado Caio de morte;
-Caio se embriagou para tomar coragem de abordar Tício. Caio tomou coragem e partiu em direção de Tício com a intenção de cumprimentá-lo. Isto já retira a possibilidade da aplicação da agravante de embriaguez preordenada já que a intenção era de somente cumprimentar Tício;
-ao aproximar de Tício, Caio percebeu que o mesmo colocou a mão por debaixo da camisa, momento em que achou que Tício estava prestes  a sacar uma arma de fogo para vitimá-lo. Tendo em vista que o problema afirmou que Tício já havia ameaçado Caio de morte, nada mais plausível em achar que Tício iria matá-lo;
- Caio, em razão disso, se armou de uma faca que estava no balcão e desferiu um golpe no abdome de Tício, que veio a falecer;
-após perícia, verificou-se que Tício não estava armado e somente estava tentando pegar o maço de cigarros que estava no cós de sua calça;
-de acordo com o § 1º do artigo 20 do Código Penal ocorre a descriminante putativa quando alguém, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Ocorre que esse mesmo artigo dispõe que não haverá isenção de pena quando esse erro dessa situação de fato deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo;
-como a descriminante putativa é causa imaginária da causa excludente da ilicitude, percebe-se que Caio achava que estava diante de uma causa, que pelas circunstâncias de fato (ameaça anterior de Tício a Caio e o fato do mesmo levar a mão na cintura) justificaria sua conduta;
-assim, acatando a tese da legítima defesa putativa e, pelo fato da putatividade ser inevitável estarão excluídos o dolo e a culpa (já que a natureza dessa descriminante putativa segue a regra do erro de tipo).
a) Caio não praticou crime tendo em vista a descriminante putativa ser inevitável. Assim, se exclui o dolo e a culpa não há crime a ser analisado. Artigo 20, § 1º do Código Penal.
b) Supondo que Caio tivesse desferido 35 golpes na barriga de Tício entendo que haveria o excesso por parte de Caio. Assim, o mesmo poderia responder pelo excesso, conforme o disposto no artigo 23, § único do Código Penal. Entretanto, como houve a putatividade da injusta agressão e tendo em vista a violenta emoção (já que Caio já havia sido ameaçado de morte anteriormente por Tício), a pena do mesmo (pelo excesso doloso) poderá ser diminuída ante a causa de diminuição prevista no artigo 121, § 1º do Código Penal.



QUESTÃO 2
Hugo é inimigo de longa data de José e há muitos anos deseja matá-lo. Para conseguir seu intento, Hugo induz o próprio José a matar Luiz, afirmando falsamente que Luiz estava se insinuando para a esposa de José. Ocorre que Hugo sabia que Luiz é pessoa de pouca paciência e que sempre anda armado. Cego de ódio, José espera Luiz sair do trabalho e, ao vê-lo, corre em direção dele com um facão em punho, mirando na altura da cabeça. Luiz, assustado e sem saber o motivo daquela injusta agressão, rapidamente saca sua arma e atira justamente no coração de José, que morre instantaneamente. Instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte de José, ao final das investigações, o Ministério Público formou sua opinio no seguinte sentido: Luiz deve responder pelo excesso doloso em sua conduta, ou seja, deve responder por homicídio doloso; Hugo por sua vez, deve responder como partícipe de tal homicídio. A denúncia foi oferecida e recebida.
Considerando que você é o advogado de Hugo e Luiz, responda:
a) Qual peça deverá ser oferecida, em que prazo e endereçada a quem? (Valor: 0,3)
b) Qual a tese defensiva aplicável a Luiz? (Valor: 0,5)
c) Qual a tese defensiva aplicável a Hugo? (Valor: 0,45)
Resposta:
-Hugo é inimigo de José;
-Hugo tem o dolo, a intenção de matar José;
-Hugo induz José a matar Luiz (afirmando FALSAMENTE que Luiz estava se insinuando para a esposa de José);
-José induzido por Hugo vai matar Luiz, correndo atrás dele com um facão;
-Luiz por ser agredido injustamente mata José com um tiro no coração; o que caracteriza legítima defesa. Mas, como o problema disse, o Ministério Público entendeu que houve excesso doloso;
- Luiz é denunciado pelo Ministério Público em razão do excesso doloso e Hugo foi denunciado como partícipe de tal homicídio.
a)Como a opinio delicti do Ministério Público se formou, após a conclusão do Inquérito Policial, pelo excesso doloso na legitima defesa que acarretou a morte de José, está se tratando de um crime doloso contra a vida. De acordo com a Constituição Federal, artigo 5º, XXXVIII, D, a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida consumados ou tentados é do Tribunal do Júri. Ocorre que, o procedimento especial do Tribunal do Júri, pressupõe uma fase anterior ao plenário que é presidida pelo Juiz singular, que ao final poderá pronunciar, impronunciar, desclassificar ou absolver sumariamente o acusado. Como a denúncia oi oferecida ao juiz singular, o artigo 406 do Código de Processo Penal determina que o juiz ao receber a denúncia ordenará a citação do acusado para oferecer a resposta (defesa) no prazo de dez dias. Assim, a peça é a defesa (resposta) que deve ser oferecida no prazo de dez dias ao juiz singular que recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público.
b)Luiz agiu em legítima defesa (artigos 23, II e 25 do CP), pois foi agredido injustamente por José. Apesar disso o Ministério Público, fundamentado pelo artigo 23, § único do Código Penal, entendeu que houve o excesso doloso por parte de Luiz. O Estado não pode exigir uma conduta de quem sendo agredido injustamente pense friamente em atingir determinada parte do corpo de José somente para repelir a injusta agressão. Assim, a tese é a de inexigibilidade de conduta diversa, que é causa supra legal de exclusão da culpabilidade.
c)Hugo apesar de ter o dolo de matar José não induziu, auxiliou ou instigou Luiz a matar José. Ao contrário, Hugo induziu José a matar Luiz, com a intenção de que Luiz matasse José. Isso não significa que o mesmo possa ser considerado partícipe da conduta de Luiz em desferir um tiro em José, pois Luiz não foi induzido, auxiliado nem mesmo instigado por Hugo. No máximo Hugo pode vir a responder por crime de difamação, conforme artigo 139 do Código Penal (ao afirmar FALSAMENTE que Luiz estava se insinuando para a esposa de José), que é crime de iniciativa privada de interesse de Luiz e não do Estado.


QUESTÃO 3
Caio, Mévio, Tício e José, após se conhecerem em um evento esportivo de sua cidade, resolveram praticar um estelionato em detrimento de um senhor idoso. Logrando êxito em sua empreitada criminosa, os quatro dividiram os lucros e continuaram a vida normal. Ao longo da investigação policial, apurou-se a autoria do delito por meio dos depoimentos de diversas testemunhas que presenciaram a fraude. Em decorrência de tal informação, o promotor de justiça denunciou Caio, Mévio, Tício e José, alegando se tratar de uma quadrilha de estelionatários, tendo requerido a decretação da prisão temporária dos denunciados. Recebida a denúncia, a prisão temporária foi deferida pelo juízo competente.
Com base no relatado acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Qual(is) o(s) meio(s) de se impugnar tal decisão e a quem deverá(ão) ser endereçado(s)? (Valor: 0,6)
b) Quais fundamentos deverão ser alegados? (Valor: 0,65)
Resposta:
-praticaram o crime de estelionato em detrimento de um senhor idoso;
-depois de lograrem êxito neste crime dividiram os lucros e seguiram suas vidas de forma normal, ou seja, sem praticar crimes; o que demonstra que a união destas quatro pessoas se deu de forma esporádica, demonstrando a ausência identidade subjetiva e de estabilidade entre os acusados, circunstâncias exigidas pelo crime de quadrilha ou bando. O próprio problema dispõe que os mesmos se conheceram num evento esportivo e depois da prática deste estelionato deixaram de praticar crimes e seguiram sua vida normal;
- o Ministério Público ofereceu denúncia contra os quatro pelos crimes de quadrilha ou bando (artigo 288 do Código Penal e artigo 171 do Código Penal);
-foi decretada a prisão temporária a requerimento do Ministério Público;
-a Lei nº 7.960/89 trata da Lei de Prisão Temporária e, somente os crimes elencados em seu artigo 1º, III podem ter essa prisão decretada caso haja necessidade no caso concreto (fumus comissi delicti e o periculum libertatis);
- neste inciso III, do artigo 1º desta Lei somente o crime de quadrilha ou bando autoriza a decretação da temporária quando necessário;
-não há que se falar em qualquer crime descrito no Estatuto do Idoso, porquanto os artigos 96 ao 108 não preveem esta conduta dos acusados.
a) como a questão fala em meios que podem ser utilizados para impugnar a decisão que decretou a temporária podemos ter: um pedido de revogação de prisão temporária dirigido ao próprio juiz que a decretou e um HABEAS CORPUS impetrado perante o Tribunal de Justiça a que esse magistrado esteja vinculado.
b)a fundamentação para o pedido de revogação da prisão temporária é acerca da ausência do fumus comissi delicti, ou seja, a ausência da fumaça da prática do crime de quadrilha ou bando, já que esse exige a identidade subjetiva e de estabilidade entre os acusados, fato que após investigado demonstrou que não  estavam presentes a identidade subjetiva e de estabilidade entre os mesmos (“Caio, Mévio, Tício e José após se conhecerem em um evento esportivo de sua cidade, resolveram praticar um estelionato em detrimento de um senhor idoso. Logrando êxito em sua empreitada criminosa, os quatro dividiram os lucros e continuaram a vida normal”).
A fundamentação para o HABEAS CORPUS é o constrangimento ilegal sofrido pelos acusados ante a prisão ser decretada por crime não previsto no inciso III do artigo 1º da Lei nº 7960/89, pois o único crime que subsiste, ante a ausência do liame de estabilidade entre os acusados, é o de estelionato, faltando, portanto, justa causa, para a decretação da temporária.


QUESTÃO 4
Carlos Alberto, jovem recém-formado em Economia, foi contratado em janeiro de 2009 pela ABC Investimentos S.A., pessoa jurídica de direito privado que tem como atividade principal a captação de recursos financeiros de terceiros para aplicar no mercado de valores mobiliários, com a função de assistente direto do presidente da companhia, Augusto César. No primeiro mês de trabalho, Carlos Alberto foi informado de que sua função principal seria elaborar relatórios e portfólios da companhia a serem endereçados aos acionistas com o fim de informá-los acerca da situação financeira da ABC. Para tanto, Carlos Alberto baseava-se, exclusivamente, nos dados financeiros a ele fornecidos pelo presidente Augusto César. Em agosto de 2010, foi apurado, em auditoria contábil realizada nas finanças da ABC, que as informações mensalmente enviadas por Carlos Alberto aos acionistas da companhia eram falsas, haja vista que os relatórios alteravam a realidade sobre as finanças da companhia, sonegando informações capazes de revelar que a ABC estava em situação financeira periclitante.
Considerando-se a situação acima descrita, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) É possível identificar qualquer responsabilidade penal de Augusto César? Se sim, qual(is) seria(m) a(s) conduta(s) típica(s) a ele atribuída(s)? (Valor 0,45)
b) Caso Carlos Alberto fosse denunciado por qualquer crime praticado no exercício das suas funções enquanto assistente da presidência da ABC, que argumentos a defesa poderia apresentar para o caso? (Valor: 0,8)
Resposta:
-Carlos Alberto foi contratado pela empresa ABC Investimentos S. A com a função de assistente direto do presidente da companhia, Augusto César;
-Carlos Alberto tinha a função principal de elaborar relatórios e portfólios da companhia a serem endereçados aos acionistas aos acionistas. Para isso Carlos Alberto se baseava exclusivamente nos dados financeiros fornecidos pelo presidente da empresa, o senhor Augusto César, o que demonstra a ausência de dolo por parte de Carlos Alberto;
-após auditoria contábil verificou-se que os relatórios mensais enviados por Carlos Alberto (que se baseava exclusivamente nos dados financeiros fornecidos por Augusto César, presidente da empresa) eram falsos, haja vista que os relatórios alteravam a realidade sobre as finanças da companhia, sonegando informações capazes de revelar que a empresa estava em situação financeira periclitante.
a)sim, pois o senhor Augusto César é quem tinha o dolo, a intenção de sonegar informações para alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Assim, o senhor Augusto César pode ser responsabilizado pelo crime previsto no artigo 299 do Código Penal.
b) entendo que se Carlos Alberto fosse denunciado a única coisa que ele não poderia alegar é a obediência hierárquica, já que conforme posicionamento doutrinário esta somente pode ser alegada entre funcionários públicos ou que haja relação de subordinação fundada no Direito Administrativo (Direito Penal e sua interpretação jurisprudencial. Alberto Silva Franco e Rui Stoco. Editora RT e Lei nº 6385/76). O que pode ser utilizado para  a defesa de Carlos Alberto é a ausência de dolo, e, como todo crime pressupõe uma conduta dolosa ou culposa (que neste caso entendo que não há crime culposo previsto em Lei) não há que se falar em crime ante a ausência de conduta.

segunda-feira, 26 de março de 2012

CASO PARA ESTUDO DE PRATICA PROCESSUAL PENAL


CASO -Maria, jovem extremamente possessiva, comparece ao local em que Jorge, seu namorado, exerce o cargo de auxiliar administrativo e abre uma carta lacrada que havia sobre a mesa do rapaz. Ao ler o conteúdo, descobre que Jorge se apropriara de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), que recebera da empresa em que trabalhava para efetuar um pagamento, mas utilizara tal quantia para comprar uma joia para uma moça chamada Júlia. Absolutamente transtornada, Maria entrega a correspondência aos patrões de Jorge..Com base nos dados responda:
1)      Se o representante do Ministério Público oferecesse a denúncia tendo por base, exclusivamente, a carta aberta por Maria, o que pode ser alegado em sede de defesa (resposta), tendo em vista as condições da ação?

CASO PARA AS ATIVIDADES SIMULADAS II- 6º PERÍODO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS- ENTREGA DIA 05/05/2012


Leia o caso abaixo e responda as questões fundamentando-as legalmente SOB PENA DE NÃO SEREM CONSIDERADAS.

João foi acusado dos crimes previstos nos artigos 147 e 129, caput do CP, praticado em concurso material. A certidão de antecedentes criminais de João é negativa, não tendo o mesmo nenhuma passagem criminal, nem mesmo perante o Juizado Especial Criminal. Com base nos dados responda:
1)    Os crimes imputados a João são considerados Infrações de menor potencial ofensivo?
2)    Mesmo ocorrendo em concurso material pode ser aplicado a João o procedimento comum sumaríssimo?
3)    João terá direito à medidas alternativas? Quais?
4)    Se João for condenado à pena máxima o mesmo poderá ter sua pena substituída por alguma restritiva de direitos?


segunda-feira, 12 de março de 2012

CASO PARA AS ATIVIDADES SIMULADAS I- 5º PERÍODO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS- ENTREGA DIA 05/05/2012



João foi acusado pela prática do crime estupro em concurso material com o crime de homicídio qualificado. Em razão da conexão houve a unidade de processos (artigo 78, I do CPP). De acordo com os dados responda as questões abaixo justificando-as legalmente (sob pena de não serem consideradas).
1)      Qual procedimento a ação penal seguirá?
2)      Se João for absolvido pelo crime de homicídio no plenário do Tribunal do Júri a quem caberá o julgamento pelo crime de estupro?
3)      Se o crime de homicídio qualificado for desclassificado ainda na primeira fase a quem caberá o julgamento pelo crime de estupro?
4)      Se o crime de homicídio qualificado for desclassificado perante o Tribunal do Júri a quem caberá o julgamento pelo crime de estupro?
5)      Considerando que João seja condenado a pena mínima pelo homicídio qualificado e a pena mínima pelo crime de estupro, em qual regime iniciará o cumprimento de pena?
6)      Quanto tempo João terá que cumprir de pena para progredir de regime?
7)      Quanto tempo João terá que cumprir de pena para obter o livramento condicional?


quinta-feira, 1 de março de 2012

CASOS PARA A RESOLUÇÃO DE DIREITO PENAL 4

Caso 1-João foi acusado de abusar sexualmente de sua filha de apenas 10 anos de idade. Consta que a mãe da criança sabia do ocorrido e não denunciou João com medo do mesmo a largar. Com base nos dados responda, justificando legalmente:
ALGUNS DADOS SÃO IMPORTANTES ANTES DE RESPONDERMOS AS QUESTÕES. COMO A VÍTIMA ERA UMA CRIANÇA DE 10 ANOS, ESTA SE TRATANDO DE UMA PESSOA VULNERÁVEL, CONFORME DISPOE O ARTIGO 217-A, CAPUT DO CP. JOÃO É PAI DA CRIANÇA E A MÃE QUE DEVERIA AGIR SE OMITIU, SENDO SUA OMISSÃO PENALMENTE RELEVANTE, CONFORME DISPOE O § 2º DO ARTIGO 13 DO CP.
1)    João e a mãe da criança responderão por qual crime? Justifique identificando a conduta de cada um.
JOÃO- 217-A DO CP- TER- COMISSIVA-DOLOSA
MÃE DA CRIANÇA- 217-A DO CP- CONDUTA COMISSIVA POR OMISSÃO-DOLOSA- ARTIGO 13, § 2º DO CP. 
2)    Se João e a mãe da criança forem condenados na pena mínima, em qual regime os mesmos iniciarão o cumprimento de pena? Indique a pena definitiva, desconsiderando as atenuantes e agravantes.
SE JOÃO FOR CONDENADO A PENA MÍNIMA DO ESTUPRO DE VULNERÁVEL= 8 ANOS. COMO É ASCENDENTE INCIDE A CAUSA DE AUMENTO DE PENA PREVISTA NO ARTIGO 226, I DO CP= + 2 ANOS
COMO O FATO FOI PRATICADO EM CONCURSO DE AGENTES INCIDE A CAUSA DE AUMENTO PREVISTA NO ARTIGO 226, II DO CP= + 4 ANOS
PENA DEFINITIVA DE JOÃO= 8+2+4= 10 ANOS= COMO O CRIME É HEDIONDO, CONFORME ARTIGO 1º DA LEI Nº 8072/90 O REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DA PENA SERÁ O FECHADO, CONFORME ARTIGO 2, § 1º DA LEI 8072/90.

SE A MAE DA CRIANÇA FOR CONDENADA A PENA MÍNIMA DO ESTUPRO DE VULNERÁVEL= 8 ANOS. COMO É ASCENDENTE INCIDE A CAUSA DE AUMENTO DE PENA PREVISTA NO ARTIGO 226, I DO CP= + 2 ANOS
COMO O FATO FOI PRATICADO EM CONCURSO DE AGENTES INCIDE A CAUSA DE AUMENTO PREVISTA NO ARTIGO 226, II DO CP= + 4 ANOS
PENA DEFINITIVA DA MAE DA MENINA= 8+2+4= 10 ANOS= COMO O CRIME É HEDIONDO, CONFORME ARTIGO 1º DA LEI Nº 8072/90 O REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DA PENA SERÁ O FECHADO, CONFORME ARTIGO 2, § 1º DA LEI 8072/90.

 

Caso 2- João manteve relação sexual com uma menina de 19 anos, mas conhecida em todo o seu bairro por ter doença mental e não ter o necessário discernimento para exercer a capacidade civil. Era sabido por todos que sua mãe oferecia os serviços sexuais de sua filha pela quantia de R$ 100,00 pelo programa, que incluía conjunção carnal e sexo oral. João pagou a quantia de R$100,00 por dois dias e com isso, obteve dois programas sexuais com essa menina. Com base nos dados responda justificando legalmente:
VAMOS VERIFICAR OS DADOS INICIAIS DO CASO: A MENINA DE 19 ANOS É DOENTE MENTAL, PORTANTO, E CONSIDERADA VULNERÁVEL, CONFORME O DISPOSTO NO § 1º DO ARTIGO 217-1 DO CP. A MÃE, QUE TEM O DEVER DE CUIDAR DE SUA FILHA SUBMETIA A SUA FILHA À PROSTITUIÇÃO.

1)    Por qual crime João e a mãe da menina irão responder? Justifique identificando a conduta de cada um.
 A MÃE DA MENINA AO SUBMETER SUA FILHA À PROSTITUIÇÃO SE SUBSUME NA CONDUTA DE SUBMETER À PROSTITUIÇÃO ALGUÉM QUE POR ENFERMIDADE OU DEFICIENCIA MENTAL NAO TEM O NECESSÁRIO DISCERNIMENTI PARA A PRÁTICA DO ATO. ASSIM, RESPONDERÁ PELO TIPO DO ARTIGO 218-B, CAPUT DO CP. CONDUTA SUBMETER, DOLOSA E E COMISSIVA.

JOÃO QUE MANTEVE RELAÇÃO SEXUAL COM A MENINA ( POR DUAS VEZES) RESPONDERÁ POR ESTUPRO DE VULNERÁVEL, CONFORME DISPOSIÇÃO DO ARTIGO 217-A, § 1º DO CP. NÃO RESPONDERÁ PELO PARAGRAFO 2º, I  DO ARTIGO 218-B DO CP, POIS A MENINA É VULNERÁVEL E ESTE INCISO DISPOE QUE A PESSOA DEVE SER MENOR DE 18 E MAIOR E 14 ANOS. ASSIM, RESPONDERÁ PELO 217-1 DO CP. CONDUTA- TER/ COMISSIVA E DOLOSA. 
2)    Se João e a mãe da criança forem condenados na pena mínima, em qual regime os mesmos iniciarão o cumprimento de pena? Indique a pena definitiva.

SE JOÃO FOR CONDENADO A PENA MÍNIMA DO ESTUPRO DE VULNERÁVEL= 8 ANOS.
COMO O FATO FOI PRATICADO EM CONCURSO DE AGENTES INCIDE A CAUSA DE AUMENTO PREVISTA NO ARTIGO 226, II DO CP= + 4 ANOS
COMO HOUVE CONCURSO MATERIAL AS PENAS DEVERÃO SER CUMULADAS, CONFORME ARTIGO 69 DO CP.
PENA DEFINITIVA DE JOÃO= 8+2+4= 10 ANOS + 10 ANOS= 20 ANOS. COMO O CRIME É HEDIONDO, CONFORME ARTIGO 1º DA LEI Nº 8072/90 O REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DA PENA SERÁ O FECHADO, CONFORME ARTIGO 2, § 1º DA LEI 8072/90.

SE A MAE DA CRIANÇA FOR CONDENADA A PENA MÍNIMA DO ARTIGO 218-B DO CP= 4 ANOS. COMO É ASCENDENTE INCIDE A CAUSA DE AUMENTO DE PENA PREVISTA NO ARTIGO 226, I DO CP= + 1 ANO
COMO O FATO FOI PRATICADO EM CONCURSO DE AGENTES INCIDE A CAUSA DE AUMENTO PREVISTA NO ARTIGO 226, II DO CP= + 2 ANOS
PENA DEFINITIVA DA MAE DA MENINA= 4+ 1+ 2= 7 ANOS. COMO O CRIME NÃO É HEDIONDO, CONFORME ARTIGO 1º DA LEI Nº 8072/90 O REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DA PENA SERÁ O SEMI ABERTO, CONFORME ARTIGO 33, § 2º, B DO CP.



CASO PARA RESOLUÇÃO DE DIREITO PENAL 2

João foi condenado pelo crime de estelionato a quatro anos de reclusão e a 20 dias multa. Durante o processo ficou preso pelo prazo de 6 meses e durante este tempo teve como remição 1 mês. João já havia sido condenado anteriormente pelo crime de estelionato e tinha sua pena extinta há mais de seis anos. Com base nesses dados, responda justificando legalmente:
1) Em qual regime João terá que iniciar o cumprimento de sua pena?
COMO O CRIME NÃO É HEDIONDO, JOÃO NÃO É REINCIDENTE E A PENA APLICADA NÃO ULTRAPASSA 4 ANOS O REGIME SERÁ O INICIAL ABERTO, CONFORME ARTIGO 33,§2º DO CP.
2) Quanto tempo João terá que cumprir de pena para progredir de regime?
COMO JÁ INICIOU NO REGIME ABERTO NÃO HÁ QUE SE FALAR EM PROGRESSAÕ DE REGIME
3)Quanto tempo de pena João terá que cumprir para obter o livramento condicional?
DE ACORDO COM O ARTIGO  83, I DO CP JOÃO TERÁ QUE CUMPRIR MAIS DE 1/3  E TER BOM COMPORTAMENTO CARCERÁRIO PARA OBTER O LIVRAMENTO CONDICIONAL.
4)A pena imposta a João pode ser substituída por uma restritiva de direitos?
SIM, POIS DE ACORDO COM O ARTIGO 44, I E § 2º DO CP, JOÃO PODERÁ TER SUA PENA SUBSTITUIDA POR UMA RESTRITIVA DE DIREITOS E MULTA SUBSTITUTIVA OU POR DUAS RESTRITIVAS DE DIREITO. (O CRIME É DOLOSO, A PENA NÃO ULTRAPASSOU 4 ANOS E O CRIME NAO FOI COMETIDO COM VIOLENCIA OU GRAVE AMEAÇA).
5)Se João tiver substituida a pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos de prestação de serviços à comunidade e por multa substitutiva, no caso de não cumprimento das duas, pode haver a conversão em pena privativa de liberdade?
APESAR DE POSICIONAMENTO CONTRARIO  DE NUCCI, A PENA QUE PODE SOFRER A CONVERSÃO DO § 4º DO ARTIGO 44 DO CP É A PENA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE, POIS A MULTA SUBSTITUTIVA SEGUE A REGRA DO ARTIGO 51 DO CP, OU SEJA, SE NÃO FOR PAGA DEVE SER CONSIDERADA DIVIDA DE VALOR E COBRADA DE ACORDO COM A LEI DA AÇÃO E EXECUÇÃO FISCAL, CONFORME LEI Nº 6830/80.